O Banco do Brasil pode ser obrigado a pagar R$ 10
milhões por dano moral coletivo. De acordo com o Ministério Público do Trabalho
do Piauí, os funcionários do banco sofreram com cobranças de metas a serem
atingidas. A principal forma de pressão era por mensagens SMS em celulares.
Somente um funcionário recebeu 80 mensagens por dia.
De acordo com o Ministério Público do Trabalho as
cobranças eram enviadas também fora do horário de trabalho, nos finais de
semana e na madrugada. “Não conseguia mais dormir, vivia com uma sensação
de frustração. A superintendência do BB cobrava de tal forma que me sentia
incapacitado”, afirmou um dos bancários em depoimento.
A pressão desencadeou doenças e alguns empregados
estavam tomando remédio controlado para trabalhar e outros anteciparam aposentadoria. Dos funcionários
ouvidos, quatro desenvolveram a Síndrome de Burnout (Síndrome do Esgotamento
Profissional) em um período de 12 meses. A doença é caracterizada pelo estado
de tensão emocional e estresse crônico, relacionados às condições desgastantes
do trabalho. Também foram detectados sintomas como depressão, tremores,
comportamentos agressivos e impaciência.
Para
a procuradora do Trabalho Maria Elena Moreira Rêgo, responsável pela
investigação, o tom de cobrança nas mensagens, extrapola os limites do aceitável.
“A pressão que esses trabalhadores sofreram é injustificável e insuportável.
Ouvi relatos emocionantes de homens angustiados. Trabalhadores que começaram a
ser cobrados e pressionados tão intensa e constantemente que não resistiram e
desistiram”, afirmou.
O valor da multa de R$ 10 milhões deverá ser
revertido em campanha publicitária de combate ao assédio moral no trabalho e em
programas de acompanhamento psicológico aos trabalhadores.