"Após sindicalistas, Fiesp pede flexibilização
de regras para auxílio-doença
O auxílio-doença se
tornou mais um entrave à meta do governo federal de economizar R$ 18 bilhões
com as mudanças nas regras para concessão de benefícios trabalhistas e
previdenciários.
Depois de as centrais
sindicais pedirem alterações, a indústria agora reclama da proposta para o
auxílio-doença.
Pela nova regra, a
empresa terá de pagar o salário integral do funcionário nos primeiros 30 dias
de afastamento. Hoje, ela banca apenas os primeiros 15 dias, e os demais ficam
por conta do INSS. "A indústria é contrária à medida e vamos discutir isso
no Congresso", disse nesta quinta (29) o presidente da Fiesp, Paulo Skaf,
após reunião com o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.
Questionado sobre uma
possível flexibilização das novas regras, Barbosa disse que elas foram
propostas "no tamanho que nós achamos correto" e que, apesar de ter
aberto diálogo com as centrais sindicais, o governo levará a questão ao
Congresso.
Mas, também nesta
quinta, o ministro Miguel Rossetto (Secretaria-Geral da Presidência) indicou
que o governo pode alterar as propostas. "Esse diálogo com as centrais é
de duas mãos. [...] É evidente que as medidas podem ser qualificadas, ajustadas
e acreditamos que o diálogo pode sustentar isso."
Na próxima terça (3),
sindicalistas e ministros se reunirão, pela segunda vez, para discutir as
propostas. Nos bastidores, já se fala em rever parte das mudanças nas regras do
seguro-desemprego e do abono salarial, o que tornaria mais difícil a meta de
economia de R$ 18 bilhões. Só com as mudanças nas regras com o abono, o governo
perderia R$ 7 bilhões em economia neste ano.
Para o economista Raul
Velloso, especialista em contas públicas, é natural que o governo comece as
negociações com um valor acima para ter margem de manobra. "Na minha
época, mandávamos [ao Congresso] mais do que precisávamos. Isso é normal",
diz Velloso, que esteve no Ministério do Planejamento na década de 1990.
No mercado, espera-se
uma economia menor do que a meta do governo. A Tendências Consultoria, por
exemplo, prevê um impacto de R$ 10 bilhões nas contas."
Título original: Mudança
em benefícios tem agora oposição da indústria.
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