A um mês das eleições, governo divulga pesquisa
favorável ao Mais Médicos.
Faltando cerca de
um mês para as eleições, o Ministério da Saúde convocou uma coletiva, nesta
quinta-feira (4), para apresentar um balanço de um ano do programa Mais Médicos
e divulgar dados de uma pesquisa de opinião que aponta altos índices de
aprovação do programa, vitrine eleitoral da presidente e candidata Dilma Rousseff
(PT).
O ministro Arthur
Chioro (Saúde) ainda aproveitou para rebater a crítica feita pela candidata à
Presidência Marina Silva (PSB), que se referiu ao Mais Médicos como medida
"paliativa". "Não é um programa paliativo e muito menos tem
prazo de validade", disparou Chioro, sem citar a candidata Marina.
Também durante o
balanço, o Ministério da Educação divulgou a lista de cidades que preencheram
os critérios estabelecidos e estão aptas a receberem novos cursos de medicina
-abertura de vagas que pode se estender até 2017.
O balanço de um
ano, chamado pelo próprio ministro Chioro de "ato-coletiva", teve uma
face política. As quatro primeiras fileiras de cadeiras do auditório do
Ministério da Saúde, cerca de 30 lugares, estavam reservadas com a palavra
"prefeito" e eram ocupadas pelos próprios prefeitos ou por seus
representantes - todos das cidades escolhidas para receberem novos cursos de
medicina.
Em sua fala,
Chioro apresentou dados já divulgados dos investimentos federais em atenção
básica -R$ 20 bilhões em 2014 contra R$ 9,7 milhões em 2010- e reapresentou os
números finais do Mais Médicos - 12.462 profissionais em 3.785 municípios. Por
outro lado, atualizou os números de vagas de residência e graduação de medicina
abertas em 2014, até o momento.
Dois vídeos foram
apresentados, durante o evento, ressaltando os pontos positivos do Mais Médicos
e colhendo relatos de pacientes satisfeitos com a iniciativa.
Inédita, de fato,
era a pesquisa de opinião realizada pela UFMG (Universidade Federal de Minas
Gerais) com os usuários do programa Mais Médicos. Foram ouvidas 4 mil pessoas
em 200 cidades atendidas pelo programa federal.
Segundo Chioro, a
pesquisa identificou que a população vê os médicos do programa como mais
atenciosos e mais capacitados e competentes, mais voltados às áreas rurais e
que entende que há mais rapidez no diagnóstico. "A pesquisa mostra que 95% dos entrevistados estavam muito
satisfeitos ou satisfeitos com a atuação dos médicos e 87% deram nota de 8 a 10
para o programa Mais Médicos", destacou o
ministro.
Chioro citou,
ainda, que 74% informaram que o programa era muito melhor que o esperado e que
para 86% a qualidade do atendimento é melhor ou muito melhor que
anteriormente.
Questionado sobre
as intenções do governo ao divulgar uma pesquisa de opinião em plena campanha
eleitoral, Chioro afirmou que o Mais Médicos é "republicano" e que é
"legítimo" apresentar o balanço ao final do primeiro ano do programa.
"Talvez seja difícil para muitos admitir que um programa conduzido de
forma governamental, mas republicana, possa ter o resultado que o Mais Médicos
tem. Está mudando a vida de 50 milhões de habitantes."
Chioro se irritou
quando questionado, mais de uma vez, sobre as críticas feitas pela população e
captadas pela pesquisa da UFMG. "Eu mostro uma pesquisa que tem 87% [de
satisfação], 1% ou 2% que é ponto negativo, mas a gente explora...",
rebateu Chioro.
"Apenas 1% a
2% dos entrevistados se mostraram insatisfeitos com o programa. São queixas
restritas basicamente a dois tipos de problema: dificuldade de comunicação, que
se mostram pequenas pela quantidade de profissionais estrangeiros do programa,
e, em segundo lugar, uma expectativa de encontrar, no posto de saúde, serviços
de especialista, que o posto não fornece", disse o ministro.
NOVAS ESCOLAS DE
MEDICINA
Durante o balanço
do Mais Médicos, o Ministério da Educação apresentou a lista de 39 cidades
aptas a receberem novos cursos de medicina, seguindo uma nova lógica adotada
pelo governo para garantir a abertura de cursos onde há necessidade de
profissionais médicos e estrutura para receber os cursos.
As cidades estão
distribuídas em onze Estados: Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará,
Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio Grande do Sul, Santa Catarina
e São Paulo. Outros sete municípios estão com pendências e entrarão em outra
seleção.
O MEC promete
lançar, ainda este mês, uma chamada pública voltada a instituições privadas de
ensino superior interessadas em abrir cursos nesses 39 municípios. A pasta diz
que pretende finalizar, até o final do ano, o processo de escolha das
instituições que abrirão os cursos nestas 39 cidades.
De acordo com o
ministro Henrique Paim (Educação), no entanto, a abertura efetiva dos cursos
pode se estender até 2017, já que é complexa a tarefa de abrir novas escolas e
contratar professores.
A lista das 39 cidades
foi lida durante o evento, o que provocou fortes aplausos entre os prefeitos e
seus representantes que participavam do "ato-coletiva".
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários só serão publicados após prévia análise do moderador deste blog (obs.: comentários anônimos não serão publicados em nenhuma hipótese).