terça-feira, 20 de maio de 2014

ODE AOS "CURSOS DE FINAIS DE SEMANA".

Ode aos cursos de Medicina do Trabalho feitos nos finais de semana, ou em dias de semana também, mas que apresentaram/apresentam uma carga horária inferior aos chamados “cursos acreditados da ANAMT” ou residências médicas em Medicina do Trabalho.

Ode aos “cursos de finais de semana” que possibilitaram/possibilitam a tantos médicos o seu primeiro contato com a Medicina do Trabalho (me incluo honrosamente entre esses profissionais), especialidade pela qual se apaixonaram/apaixonam.

Ode aos “cursos de finais de semana” cujos muitos alunos e ex-alunos já foram aprovados na prova de título de especialista da ANAMT (mais uma vez me incluo aqui) ou ainda serão, o que nos faz questionar se esses cursos de fato “valem a pena”.

Ode aos “cursos de finais de semana” cujos alunos e ex-alunos lotam os congressos da especialidade (sendo percentualmente ainda os maiores participantes), mesmo não sendo bem vistos por muitos que, hoje, “cospem no prato que já comeram”.

Ode aos “cursos de finais de semana” pelos quais que já passaram tantos expoentes da Medicina do Trabalho, inclusive vários diretores da ANAMT (façam uma pesquisa entre os integrantes das últimas gestões e surpreendam-se).

Ode aos “cursos de finais de semana”, alguns dos quais com corpo docente de níveis reconhecidamente muito elevados.

Ode aos “cursos de finais de semana”, muitos reconhecidos pelo MEC (Ministério da Educação).

Ode aos “cursos de finais de semana”, que vão onde as residências médicas em Medicina do Trabalho nunca foram (e talvez nunca irão).

Ode aos “cursos de finais de semana” que atendendo os requisitos de inúmeros editais de concursos públicos já possibilitaram a aprovação de excelentes profissionais.

Ode aos “cursos de finais de semana”, que também tentam suprir uma lacuna deixada pelas escolas de graduação médica que pouco ou nada falam sobre Medicina do Trabalho.

Ode aos “cursos de finais de semana”, que mesmo não sendo o padrão ouro de formação (que é inegavelmente a residência médica) constituem uma incontestável forma de educação médica continuada, algo tão incentivado pelas associações, conselhos regionais e CFM.

Ode aos “cursos de finais de semana”, que são atacados pelas associações com uma ênfase muito maior do que essas mesmas associações dedicam para formação de novas vagas de residência médica em Medicina do Trabalho (hoje, aproximadamente, apenas 20 por ano no Brasil).

Ode aos “cursos de finais de semana”, pois negá-los e “demonizá-los” é ir de contra a própria história da Medicina do Trabalho no Brasil: uma hipocrisia sem tamanho.

Marcos Henrique Mendanha
Médico do Trabalho (ANAMT/AMB)

Honrosamente Pós-Graduado em Medicina do Trabalho pelo Instituto São Camilo em parceria com a Faculdade de Medicina de Itajubá (leia-se: curso de fim de semana).

2 comentários:

  1. Ode ao Excelente Marcos Henrique Mendanha, pela sua notável sensatez e capacidade fluente de discernir o certo do errado.

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