Ode aos cursos de Medicina do Trabalho feitos
nos finais de semana, ou em dias de semana também, mas que apresentaram/apresentam
uma carga horária inferior aos chamados “cursos acreditados da ANAMT” ou residências médicas
em Medicina do Trabalho.
Ode aos “cursos de finais de semana” que possibilitaram/possibilitam
a tantos médicos o seu primeiro contato com a Medicina do Trabalho (me incluo
honrosamente entre esses profissionais), especialidade pela qual se apaixonaram/apaixonam.
Ode aos “cursos de finais de semana” cujos muitos
alunos e ex-alunos já foram aprovados na prova de título de especialista da
ANAMT (mais uma vez me incluo aqui) ou ainda serão, o que nos faz questionar se esses cursos de fato “valem a pena”.
Ode aos “cursos de finais de semana” cujos
alunos e ex-alunos lotam os congressos da especialidade (sendo percentualmente ainda
os maiores participantes), mesmo não sendo bem vistos por muitos que, hoje, “cospem
no prato que já comeram”.
Ode aos “cursos de finais de semana” pelos
quais que já passaram tantos expoentes da Medicina do Trabalho, inclusive
vários diretores da ANAMT (façam uma pesquisa entre os integrantes das últimas
gestões e surpreendam-se).
Ode aos “cursos de finais de semana”, alguns
dos quais com corpo docente de níveis reconhecidamente muito elevados.
Ode aos “cursos de finais de semana”, muitos reconhecidos
pelo MEC (Ministério da Educação).
Ode aos “cursos de finais de semana”, que vão
onde as residências médicas em Medicina do Trabalho nunca foram (e talvez nunca
irão).
Ode aos “cursos de finais de semana” que atendendo
os requisitos de inúmeros editais de concursos públicos já possibilitaram a
aprovação de excelentes profissionais.
Ode aos “cursos de finais de semana”, que também
tentam suprir uma lacuna deixada pelas escolas de graduação médica que pouco ou
nada falam sobre Medicina do Trabalho.
Ode aos “cursos de finais de semana”, que mesmo
não sendo o padrão ouro de formação (que é inegavelmente a residência médica) constituem
uma incontestável forma de educação médica continuada, algo tão incentivado
pelas associações, conselhos regionais e CFM.
Ode aos “cursos de finais de semana”, que são
atacados pelas associações com uma ênfase muito maior do que essas mesmas
associações dedicam para formação de novas vagas de residência médica em
Medicina do Trabalho (hoje, aproximadamente, apenas 20 por ano no Brasil).
Ode aos “cursos de finais de semana”, pois
negá-los e “demonizá-los” é ir de contra a própria história da Medicina do
Trabalho no Brasil: uma hipocrisia sem tamanho.
Marcos Henrique Mendanha
Médico do Trabalho (ANAMT/AMB)
Honrosamente Pós-Graduado em Medicina do
Trabalho pelo Instituto São Camilo em parceria com a Faculdade de Medicina de
Itajubá (leia-se: curso de fim de semana).
Ode ao Excelente Marcos Henrique Mendanha, pela sua notável sensatez e capacidade fluente de discernir o certo do errado.
ResponderExcluirObrigado pelas generosas palavras, Dr.Joaquim. Forte abraço!
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